Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Em reunião na quinta-feira, Conselho aprovou aumento de 33 centavos no valor da passagem
A proposta de reajuste da tarifa do transporte coletivo em Santa Maria, aprovada na quinta pelo Conselho Municipal de Transportes (CMT) será analisada, agora, pelo prefeito Jorge Pozzobom. Na última reunião do CMT, na quinta, foi aprovada a proposta de subir a tarifa para R$ 3,93. Pozzobom tem total autonomia para aumentar, reduzir ou manter os 33 centavos a mais na tarifa.
Na noite de quinta-feira, o secretário Municipal de Mobilidade Urbana, João Ricardo Vargas, disse ontem à noite, que serão feitas exigências das empresas de ônibus para que seja concedido um reajuste, com valor e data ainda indefinidos. Haverá reunião com a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) em que a prefeitura deve pedir melhorias, inclusive nos abrigos de ônibus.
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Pela manhã, na reunião do conselho, Mateus Lazaretti, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da UFSM, disse que a planilha apresentada pela prefeitura não está de acordo com a Lei Orgânica, que prevê que o conselho leve em conta o poder aquisitivo da população. De acordo com ele, o DCE vai acionar o Ministério Público para entrar com um mandado de segurança contra a aprovação da nova tarifa.
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- O problema é que não estamos levando em conta o poder aquisitivo da população, que só vem diminuindo nos últimos anos. A gente tem uma realidade aqui que a população tem que se adequar ao transporte público e não o transporte público tem que se adequar à população. Nesse contexto de crise que vive o Brasil, quem acaba pagando mais é sempre a população.
Outra reação contrária ao aumento da tarifa foi de Ricardo Blattes, representante da OAB. Para Blattes, os problemas começam na formação do conselho de transportes, que, segundo ele, não representa a população. Blattes ressaltou que, com o aumento do preço da passagem, menos usuários irão usar ônibus, enquanto o conselho deveria incentivar o uso do transporte público. Por fim, concordando com o DCE, o representante da OAB afirmou que não poderia votar de forma favorável a um parecer que não leva em conta a lei do município, onde diz que é preciso levar em conta o poder aquisitivo da população no cálculo da tarifa de transporte coletivo.
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Já para o diretor da ATU, Edmilson Gabardo, que foi favorável ao aumento da tarifa, a alta do preço dos combustíveis é um dos principais fatores que fizeram a passagem subir.
- É uma composição dos custos. Lamentavelmente, nós tivemos uma redução muito grande de passageiros e o aumento das gratuidades, e isso se traduz nesse resultado. Somado a política da Petrobras de reajustar o combustível juntamente com dólar, a tendência é de que esse cenário fique cada vez pior - diz ele.
O reajuste aprovado para o transporte coletivo se estende também ao seletivo - conhecido como azulzinho. A tarifa, que hoje é de R$ 4,40, pode passar para R$ 4,80. Da mesma forma que o transporte seletivo, o aumento na tarifa deve passar por sanção do prefeito.
Tiago Aires, presidente do PCdoB na cidade, pediu em documento, na terça, que Pozzobom não conceda o reajuste alegando que o índice adotado do uso de lubrificantes, na planilha de cálculo que apontou R$ 3,93, está sete vezes maior que o correto. A prefeitura nega.
VALOR ARREDONDADO
Em geral, os prefeitos arredondam os valores da tarifa, por questões de troco. No último aumento, a planilha previa R$ 3,62, e o valor ficou em R$ 3,60.